conversa de fagotista |
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gustavo Koberstein |
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entrevista feita em outubro de 2014 |
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portal do fagote - Como fagotista do Quinteto de Sopros “Quinteto Brasília”, Você está participando de uma intensa turnê pelo Brasil, num projeto do SESC chamado SONORA BRASIL. Que projeto é esse? |
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Gustavo Koberstein -
O SONORA
BRASIL acontece a cada dois anos e nesse biênio foram selecionados
oito grupos para concertos em cerca de 170 cidades. Quatro grupos
fazem parte da temática popular que nesse biênio tem como
“Tambores e Batuques”. Outros quatro grupos circulam com a temática
erudita “Edino Krieger e as Bienais de Música
Contemporânea do Rio de Janeiro”. Em 2013, o Quinteto Brasília, do
qual faço parte, foi convidado pelo SESC para participar do Projeto
Sonora Brasil que existe há mais de 10 anos com o objetivo de levar
a música brasileira a todos os cantos do país. Também há o
intuito de formar plateia para a música erudita, além de fornecer
aos grupos selecionados a oportunidade de atingir um público
variado, valorizando assim suas carreiras.
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portal do fagote - Qual o programa que Vocês escolheram para esta série de concertos? | |
Gustavo Koberstein -
O repertório da
turnê engloba obras para instrumentos de sopro de Edino Krieger e de
compositores que tiveram suas peças apresentadas nas diversas
edições das Bienais. Neste ano, numa escolha feita pelos promotores
do projeto SONORA BRASIL, estamos levando ao público dessas cidades
brasileiras a
Serenata a 5 (Edino Krieger), Tambores, ondas, frevo (Wellington
Gomes), Paisagem Sonora n° 5 para fagote solo (Rodrigo Lima),
Duo n°
1 para flauta e fagote (Mário Tavares), Tocata breve para flauta
solo (Edino Krieger), Divertimento para quinteto (Vieira Brandão),
Quinteto de Sopros (Osvaldo Lacerda) e Embalos (Edino Krieger). No
site do SESC está a programação de todos os grupos participantes que
circulam na mostra
. O projeto é grandioso não só nos números - ao todo são mais de 400
concertos distribuidos em dois anos - mas também na intenção de levar a
música brasileira aos mais diversos públicos sem distinção de poder
aquisitivo, idade ou formação. Nós tocamos em todas as capitais,
cidades grandes, médias, e nas pequenas também.
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portal do fagote - Como tem sido a receptividade a este projeto? | |
Gustavo Koberstein -
Além das
apresentações propriamente ditas encontramos músicos, diretores de
escolas e de bandas ávidos por inspiração, conhecimento e troca de
experiências. Encontramos crianças, jovens e adultos que ao verem um
fagote pela primeira vez, mostravam um brilho no olhar e um sorriso
de felicidade, de interesse, de curiosidade. Fizemos várias Master
Classes, palestras e mantivemos conversas informais com o público.
Isso tudo é realmente gratificante. O contrário também acontece:
parte do público se apresenta sem interesse em ouvir. Mas isso
aconteceu porque o ambiente ou a situação não eram propícios, não por
culpa do público. Como exemplo: tocar em igreja após uma missa; ou
tocar numa pousada onde o público só estava lá por falta de outra opção
de entretenimento,
não tinha naquele momento a intenção de ouvir música erudita. Também
chegamos a tocar para quatro pessoas, e em alguns locais o público
era tão frio que ficamos até com vergonha! Mas isso tudo faz parte...
Sempre tentamos nos envolver com o público nos aproximando ao
máximo, conversando e até contando piadas. O resultado é sempre
surpreendente quando o contato é maior. É também surpreendente como
a energia de uma plateia influencia no concerto. Às vezes subimos ao
palco chateados por conta de problemas que ocorreram. Queríamos tocar
rápido e ir logo embora. Mas a energia do público fez mudar completamente
a situação e acabamos por tocar muito melhor!
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portal do fagote - Deve ser uma experiência muito rica estar praticamente a cada dia num lugar diferente... | |
Gustavo Koberstein -
Particularmente
nunca imaginei que uma turnê com um grupo musical me propiciasse a
oportunidade de conhecer lugares tão longínquos deste nosso Brasil.
O SESC me proporcionou essa experiência. Nosso país é realmente
continental, com profundas diferenças culturais e contrastes de
desenvolvimento. Encontramos públicos variados e observamos a
dificuldade da população ter acesso à música erudita. Em geral as
pessoas não têm muitas oportunidades de aprendizado musical, apesar
do grande interesse na maioria das vezes. Em algumas localidades do
interior, principalmente no Nordeste e Sudeste, a atividade musical
se mantém por indivíduos idealistas que lutam para fazer música.
Notamos que é de suma importância a atuação das bandas de música e
do apoio de governos ao ensino musical. O Brasil tem muitos
talentos, mas boa parte é pouco aproveitada pela precariedade e
falta de incentivos. Apesar de tudo isso, ainda existem muitos
heróis no interior fazendo música! Encontrei amantes do fagote em
lugares inesperados. Gente que mesmo sem orientação, segue em
frente.
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portal do fagote - E o relacionamento pessoal do próprio grupo? | |
Gustavo Koberstein -
Em uma viagem tão
extensa como nessa turnê os atritos pessoais são inevitáveis. Acho
que hoje em dia é de extrema importância que o músico profissional
saiba conviver com esse tipo de problema. Acredito que seja também
tarefa do professor preparar o aluno para tais situações. Por
maiores que sejam as diferenças, o profissionalismo deve prevalecer.
É claro que uma afinidade musical é condição prévia para o
funcionamento do grupo, sem isso não se consegue fazer música; e o
Quinteto Brasília teve a sorte
de conseguir juntar cinco músicos musicalmente compatíveis...
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portal do fagote - Até agora falamos de uma atividade musical recente, muito viva, atual e em grupo. Mas como Você chegou ao fagote? | |
Gustavo
Koberstein -
Eu comecei a estudar música na Escola
de Música de Brasília (EMB). Naquela época tínhamos que começar com
flauta doce e seguir um cronograma de estudos que passava por vários
instrumentos. Cheguei a estudar violino, mas meu interesse era o
piano. Estudei piano por oito anos e me formei na EMB. Por algum
motivo eu enjoei e queria experimentar outro instrumento. Escolhi o
oboé pela semelhança de alguns dedilhados com a flauta doce, mas
para esta escolha não consegui professor. Por outro lado o professor
de fagote tinha apenas dois alunos e a escola dispunha em seu acervo
alguns fagotes sem estarem sendo usados! Então fui estudar fagote com o Edival Lopes e em cinco meses já estava tocando na Orquestra
Filarmônica de Goiás! Nesse meio tempo entrei na Universidade de
Brasília para estudar composição onde acabei mudando meu curso para
Bacharelado em Fagote com o Hary (do portal do fagote), que na época
lecionava lá.
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portal do fagote - Com a mudança para a universidade Você teve também de buscar seu próprio instrumento? | |
Gustavo Koberstein -
Meu primeiro
instrumento foi um Carl Fischer. Ele pertencia ao Ernesto Donas e
estava encostado. Era um instrumento muito desafinado, tinha boiado
numa enchente e foi restaurado pelo Hary. Custou barato, na época
paguei 1.500 dólares.
Quando se
está começando a estudar fagote, a escolha do instrumento é muitas
vezes ditada pelo preço. Se você tem dinheiro, compra logo um bom.
Mas se não for este o caso, usa o que estiver disponível até juntar
umas economias e comprar um melhor. Esse foi meu caso. Fui trocando
de instrumento sempre que pude. Mudei do meu C. Fischer para um
Schreiber; depois tive um Fox muito bom e em seguida troquei por um
Yamaha. Agora uso um Püchner. Este meu instrumento atual eu o
escolhi
porque precisava de um fagote que fosse mais flexível, que me desse mais
espaço para dominar as nuances sonoras. O meu Yamaha anteriorapesar
de ter um som lindo, era um
pouco problemático nesse aspecto. Escolhi o
meu Püchner entre quatro instrumentos. Todos modelos profissionais.
A escolha recaiu sobre um modelo Gentlemen Old Finish.
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portal do fagote - Depois de seu bacharelado na Universidade Você passou uma temporada nos Estados Unidos, estudando sob a orientação de Benjamin Coelho. Como foi esta etapa de seus estudos? | |
Gustavo Koberstein -
Foi uma experiência maravilhosa. O Benjamin é um excelente músico e
com ele aprendi muito. Eu fui para os EUA depois de ter uma certa
experiência profissional e acho que isso me ajudou muito. Eu
confesso que na primeira semana em Iowa eu cheguei a fazer as malas
2 vezes para ir embora. Cheguei em pleno inverno com temperaturas
abaixo de -15°! longe da família e amigos, sem os confortos de casa,
sem carro, sem TV... enfim foi difícil mas o objetivo de focar nos
estudos falou mais alto e fiquei. Estudar em outro país me fez
pensar no que temos aqui no Brasil. Infelizmente nossas
universidades ainda estão na idade da pedra em termos de estrutura,
produtividade, qualidade do corpo docente, organização e
competência. Por lá não é possível você se sair mal em alguma
matéria, o conhecimento está inteiramente disponível, acessível a
todos e existem ferramentas que facilitam o aprendizado. As
bibliotecas são impressionantes, se você precisa de um livro que não
está no acervo, eles mandam trazer de outra Universidade em poucos
dias.Tudo fácil e pratico. Aqui só para saber se existe um livro na
sua biblioteca as vezes é um problema! Só a biblioteca de música da
Universidade de Iowa tem mais livros e partituras do que qualquer
outra biblioteca de música que eu tenha visto em uma Universidade
Brasileira. As salas de estudo são todas equipadas com controle
acústico e com gravadores a disposição dos alunos. Você escolhe a
acústica da sala e pode gravar seus estudos para depois ouvir. Foi
um período de muito estudo nessas salas e nas bibliotecas! Por lá
também tive a oportunidade de trabalhar como maestro e isso foi
muito enriquecedor, um aprendizado que levarei por toda a vida.
Apesar de tudo isso ainda prefiro morar no Brasil! por lá tudo
funciona mas os EUA não tem o nosso calor humano e muitas outras
coisas que nos diferenciam de todos. Mas quem estiver pensando em
estudar fora eu recomendo muito o Benjamin Coelho e a Universidade
de Iowa. Quem atualmente está por lá é um ex-aluno meu, o Wagner
Lopes.
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portal do fagote - Tem documentada/gravada alguma atividade musical sua? | |
Gustavo Koberstein -
Não
tenho muitas participações em CD’s. Lembro-me de ter participado de
um que foi gravado no festival de música de Juiz de Fora, com obras
de compositores do barroco brasileiro. Participei do CD “Com
licença!...” do Hary, no qual participei na qualidade de ex-aluno; participei dos CD’s da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional
Claudio Santoro, e do CD do Quinteto Brasília – “Brincadeira a 5”. O
“Com licença!...” e o “Brincadeira a 5” estão elencados na seção
CD
EM FOCO do portal do fagote. Como tenho também algumas incursões
como compositor, não tenho notícia de nenhuma obra minha que
tenha sido gravada profissionalmente. Tenho uma peça que se chama
Berg para quarteto de cordas, fagote e barítono que teve uma
gravação amadora em vídeo. Estou planejando um CD com obras de
compositores brasileiros para fagote.
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portal do fagote - Mas deve com certeza ter algumas gravações suas circulando no Youtube... | |
Gustavo Koberstein -
ah, sim; tenho várias gravações no youtube, não
só tocando, mas regendo também. Por ex:
Mário Tavares, dueto 1 para flauta e fagote ;
José Siqueira, estudo para fagote e piano ;
Edino Krieger, serenata a 5;
Rodrigo Lima, paisagem sonora 5 para fagote solo;
José Vieira Brandão, Divertimento 1 para quinteto; entre muitas
outras...
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portal do fagote - Você falou em sua atividade de compositor. Como assim? | |
Gustavo Koberstein -
A composição foi um caminho
natural até a Universidade. Desde cedo eu gostava de escrever música para piano
e na época de ingressar na UnB, como eu estava em crise com o piano, optei por
fazer composição. Tive muita sorte pois naquela época lecionava na universidade um
professor de composição excepcional que me ensinou muita coisa não só de música,
mas das artes em geral. Eu lembro que as aulas dele duravam a tarde toda! Esse
professor é o compositor argentino Luis Mucillo. Não cheguei a terminar o curso
de composição, faltou um semestre. Meu lado pianista deixou de existir depois que entrei
para a UnB. Também por falta de tempo para estudar.
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portal do fagote - O curso de composição na Universidade de Brasília sempre esteve vinculado à Regencia. Tem experiência neste campo também? | |
Gustavo Koberstein -
Eu sempre gostei de regência.
Comecei desde cedo a me aventurar nesse campo de diversas maneiras: observando,
tendo aulas em cursos de férias e atuando esporadicamente. Na Universidade de
Brasília tive oportunidade de reger vários coros, entre eles o Coro Sinfônico
Comunitário. Fui assistente da antiga Orquestra Jovem de Brasília. Nos EUA
também trabalhei como assistente da Ópera de Cedar Rapids, uma companhia
pequena. Isso é algo que me dá muito prazer. Este ano regi em Brasília a ópera “O Imperador
de Atlântida”, do compositor Judeu Victor Ullmann. Projeto realizado por meio do
FAC da Secretaria de Cultura do DF.
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portal do fagote - Orquestra é muitas vezes a porta de entrada para o fagotista na vida profissional. De quais orquestras participou de maneira mais efetiva? | |
Gustavo Koberstein -
Desde meu início
no fagote tive experiências muito especiais em orquestras. A
primeira foi no curso de Itu, com Eleazar de Carvalho. Eu tinha só
três meses de fagote! Depois fui para a Filarmônica de Goiás e antes
de terminar meu bacharelado em fagote eu passei no concurso para a
Orquestra Sinfônica do Estado do Paraná. Naquela orquestra, a atual
OSP, eu tive contato com o grande repertório sinfônico e com grandes
maestros. Foi um período de importante aprendizado. Em Curitiba
também toquei em outro grupo - a Orquestra de Câmara Brasileira - e
fui convidado em várias ocasiões para cachês na Orquestra de
Florianópolis. Fiquei em Curitiba por três anos. Após isso a
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro abriu um
concurso para músicos temporários e a remuneração era o dobro de
Curitiba. Passei e aceitei o cargo. Fiquei um ano tocando
simultaneamente em Curitiba e em Brasília. Uma loucura! Um ano
depois, em 2000, ocorreu outro concurso na OSTNCS e fui efetivado
para o cargo público que ocupo até hoje. Além disso tive
oportunidade de tocar em algumas orquestras nos EUA, entre elas a
Orchestra Iowa, Quad Cities Symphony Orchestra, Cedar Rapids Opera,
e as orquestras da universidade de Iowa. Aqui no Brasil também fui
convidado para tocar na OSESP por algumas vezes. Sendo assim, a
minha experiência com orquestras é de certa forma bem variada e rica.
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portal do fagote - Como vê a atividade orquestral hoje em dia? | |
Gustavo Koberstein -
Ao meu ver orquestra é algo extremamente necessário no mundo de hoje. Acho que
deve ser encarada como um organismo que tem potenciais muito maiores além de
fazer concertos. Acredito que a orquestra moderna deve encontrar caminhos para
uma maior integração com o público e com a comunidade ao seu redor, seja em
ações sociais, didáticas, artísticas, econômicas, transformando e melhorando a
qualidade de vida da cidade em que ela atua. Hoje vemos raros exemplos desse
tipo no Brasil. Tempos modernos chamam por diferentes olhares e atitudes que
possam transformar e ao mesmo tempo manter as tradições.
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portal do fagote - E a OSTNCS (Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro) está neste caminho? | |
Gustavo Koberstein -
Trabalho em uma
orquestra pública em que o sistema ainda não é o ideal para o
funcionamento desse tipo de atividade artística. Nesses casos
sofremos com intervenções políticas e monetárias de um governo a
outro. Temos que conviver com altos e baixos nessa carreira, o que
faz com que a realização profissional seja algo difícil. No das
orquestras “particulares” a realização profissional está, de certa
forma, um pouco mais próxima. Tocar em orquestra não é um trabalho
tão glamuroso como muita gente pensa. Temos que conviver com as mesmas
pessoas todo o dia e como já foi mostrado por Fellini e muitos
outros, quando se juntam muitos egos musicais em um só lugar o
resultado pode não ser muito agradável. É preciso ter certo distanciamento
e realizar o seu trabalho da melhor forma possível. Essas questões
só são aprendidas depois de algum tempo tocando. No fim é um
trabalho que requer um afastamento do seu eu musical em favor do
grupo, em favor daquilo que o maestro quer ouvir. Por isso acho difícil a
realização profissional/musical trabalhando em orquestra. Para
alguns isso pode ser possível, mas quando o desejo de manifestar ideias musicais diferentes daquelas
que estão sendo requisitadas ou
propostas é grande, o trabalho musical fora da orquestra é
necessário, até mesmo para se manter a saúde mental! O trabalho de
músico de orquestra pode ser também estressante. Por isso, eu recomento Yoga e meditação a todos!
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portal do fagote - E como é a situação de orquestras no Brasil? | |
Gustavo Koberstein -
Com relação à
situação das orquestras, eu vejo que no Brasil temos todo tipo
delas: grandes, pequenas, amadoras, semi-profissionais, com muito
dinheiro, com pouco dinheiro. O importante é que elas existam. Mas
pelo tamanho do país, estamos com uma carência absurda de orquestras
profissionais. É preciso intensificar o acesso amplo da população ao
estudo musical. Não só para se formar músicos, mas também para
formar cidadãos mais completos, mais informados sobre nossa história
musical. Pessoas mais sensíveis à arte e a nossa própria humanidade.
Isso mudaria o número de orquestras, o nível cultural da população
em geral, a economia de um estado em termos financeiros,
educacionais e sociais.
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portal do fagote - Quando Você toca na orquestra é bastante crítico em relação aos regentes. Como é quando Você rege? | |
Gustavo Koberstein -
O pessoal costuma
gostar quando rejo.
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portal do fagote - Existe algum outro tópico que queira ainda abordar? | |
Gustavo Koberstein - Um tema sempre atual entre os fagotistas é a palheta. Ultimamente tenho migrado para as novas palhetas LEGERE (sintéticas). Eu tive contato com estas palhetas LEGERE depois de voltar ao Brasil. As primeiras que comprei achei diferentes, mas depois de tocar um pouco mais com elas eu me acostumei. Acho que já estava na hora de alguém inventar uma palheta durável, equilibrada e com qualidade sonora. Acho muito válido o uso de tecnologia para melhorar nossa vida! Sou a favor e aprovo as palhetas LEGERE. Elas funcionaram muito bem pra mim. Elas em geral são leves e não são iguais umas às outras. Alguns fagotistas não gostam desse tipo de equipamento. Mas o assunto "palheta" nunca é unanimidade. Eu não tive muita sorte na terceira leva dessas palhetas que comprei. Elas não vieram tão boas. Não aproveitei muito. Mas o uso de uma LEGERE não deve de maneira alguma dispensar o fagotista do aprendizado da confecção da palheta tradicional. A arte de fazer uma palheta é uma parte importante no aprendizado do instrumento. Ao construir a palheta é possível entender as peculiaridades de emissão do som e até aspectos acústicos do fagote. O que aconteceu comigo foi que eu comecei a fazer palhetas melhores, talvez por ter um modelo de uma palheta que sempre vai ser a mesma. A LEGERE não se altera com diferenças de temperatura e umidade, então creio que consigo saber e absorver a memória muscular e sensorial daquela palheta. Dessa forma fica mais fácil tocar, você elimina as variáveis incontroláveis que alteram a resposta e o som produzido pela palheta de cana. Nesse sentido a LEGERE é fantástica se você tiver a sorte de receber uma boa! Eu tenho uma que já vai fazer três anos e ainda toca como no primeiro dia. | |
para "conversar" um pouco mais com Gustavo Koberstein, escreva para: |