Conversando sobre o Mandril Francisco de A. A. Formiga

 

Organograma da Confecção da Palheta

    ETAPA INICIAL
  • escolha da cana
  • escolha do molde
  • escolha do mandril
    MONTAGEM DA PALHETA
  • TEMPO DE DESCANSO
  • Ajuste da palheta (agora, seca e descansada), com a nova forma, pós montagem...
  • tirar folga de arames
  • ajuste da madeira sobre o pino (mandril) junto do terceiro arame, com auxílio de alicate.
  • firmar a finalização com auxílio de cola do tipo usado em confecção de aeromodelos.
    ETAPA FINAL
  • Corte de ponta e Raspagem.

sobre a escolha do mandril

O que sempre acontece é que compramos o mandril, (e todo o material básico) para fazer as próprias palhetas a partir de marcas conhecidas(Rieger, Pizzoni, etc.)
Na maioria das vezes não temos escolha e não questionamos nem espessura nem tamanho desta peça.
O que é o MANDRIL ? e qual a sua função? 
*** O mandril nada mais é do que a imagem da parte interna do tubo da palheta. É a imagem da câmera interna. É a garganta materializada.
Se nós pensarmos como cantores, tudo fica mais claro. Imagine cantar com a garganta quase fechada e tentar novamente cantar, mas com a garganta aberta. Isto vai exigir mais ar, e o resultado será uma sonoridade mais cheia, mais completa. Também exige mais ar do fagotista....
A questão da garganta é a mesma tanto para instrumentistas de sopro como para os cantores. Isto nos atinge diretamente.
Na realidade o que acontece no nosso dia a dia é: nós fazemos a palheta com o mandril que temos e depois usamos uma segunda peça, o dremer (= abridor, alargador) para abrir a câmera da palheta.
Eu sempre que posso e encontro alguém que trabalhe com torno mecânico (um ferramenteiro) pago para que novos pinos sejam feitos.
Nas minhas últimas pesquisas procurei tirar as medidas dos bocais CC2 e CD1 (da Heckel)... com espessuras bem distintas... usando aqui já um paquímetro digital. Acabei medindo todos os mandris que tenho e tentei aproximar e comparar com as medidas dos bocais.
O que eu procurava era um mandril que deixasse a palheta com a câmera já aberta e com o encaixe do bocal prontos, isto é: a câmera com a mesma inclinação da parede do bocal... e tenho conseguido; e isto está influenciando na sonoridade final. O encaixe da palheta no bocal é perfeito.
O que eu quero com estas considerações, é mostrar a importância do tubo e garganta da palheta e sua relação direta com o mandril.
Nós devemos criar uma relação entre o mandril e o bocal que temos. Se eu uso um bocal mais largo, devo procurar pesquisar minhas próprias medidas.
Isto também implica que já perdi muitos pinos e em experiências também perdi muitas palhetas... mas continuo procurando um melhor resultado.
Acho importante não deixar perder de vista os resultados já obtidos.
As fotos dos muitos mandris (pinos) exibidas nesta página servem para dar uma idéia da variedade de medidas...
Para finalizar... eu tenho usado duas medidas básicas: o tubo com 27mm e mandril entrando na palheta, 35mm.
A PALHETA é feita de partes bem distintas... é um conjunto que envolve a cana, o tubo, a montagem e a raspagem.
***Só um conselho pra quem decidir fazer pesquisas: não sai fazendo muitas palhetas ao mesmo tempo, não. Faz uma e espera pra ver o resultado... e vai entendendo que novos ajustes devem ser feitos. 

Boa Sorte.

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